Nos berçários e maternais, a fase das mordidas entre 
      as crianças sempre causa muitas confusões. Geralmente, é um assunto 
      delicado para pais e educadores. Os pais da criança que mordeu se sentem 
      constrangidos e culpados enquanto a família da criança que foi mordida se 
      sente agredida e se questiona com relação aos cuidados que o filho está 
      recebendo no ambiente escolar. Educadores precisam esclarecer e saber como 
      lidar com a situação.
      
      Em primeiro lugar, é importante que se 
      saiba que esse comportamento de morder faz parte do desenvolvimento, é 
      normal até os três anos de idade e passa quando a criança adquire novas 
      habilidades. 
      O bebê entra em contato com o mundo 
      através da boca, é seu modo de reconhecer os objetos, experimentar, 
      sentir, por isso sempre que se interessa por algo quer levar à boca. 
      Também a utiliza para rejeitar ou aceitar alimentos, se comunicar, sorrir, 
      chorar, balbuciar... 
      As mordidas também são uma forma de 
      comunicação e de se conhecer o outro. A princípio, as crianças não sabem 
      avaliar as conseqüências de suas mordidas e nem a força que podem colocar. 
      Às vezes, o ato de morder é um modo de estar perto do amigo que gostam, de 
      partilhar uma intimidade, como comer alguma coisa gostosa. 
      Nessa fase, a criança ainda está 
      acostumada a ter seus desejos atendidos prontamente, sendo comum 
      demonstrar sua insatisfação, por meio de mordidas, enquanto não aprende a 
      falar direito.
      Cada criança tem seu modo de reagir 
      diante do que sente e do que acontece ao seu redor. Quando contrariadas ou 
      nas disputas por brinquedos, algumas choram, esperando que um adulto 
      ajude, outras reagem mais intensamente, batendo ou mordendo. Morder também 
      pode ser uma maneira da criança lidar com sua ansiedade, já que ainda não 
      consegue organizar e compreender direito suas emoções, ela descarrega o 
      ciúmes, a insegurança na mordida.
      É preciso ter calma quando acontece este 
      comportamento, conversar com a criança, mostrar que dói. Com o tempo, 
      conforme a criança vai aprendendo a se comunicar melhor através da 
      linguagem, começa a trocar as mordidas pelas palavras, conseguindo aos 
      poucos, organizar e expressar seus sentimentos e insatisfações de outra 
      forma.
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